Na atualidade organizacional, marcada pelo fato de que a tecnologia está totalmente presente e pela valorização dos dados, a segurança da informação não se define apenas como uma necessidade operacional, mas um diferencial estratégico que pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma organização. A cultura de segurança da informação, nesse cenário, apresenta-se como algo que precisa estar presente em todos os níveis da empresa, influenciando comportamentos, moldando políticas e fortalecendo a infraestrutura contra ameaças cibernéticas. Neste artigo, vamos levantar alguns impactos da cultura de segurança da informação nas organizações, com um olhar especial no ambiente corporativo brasileiro.
A Cultura de Segurança da Informação como Fator Estratégico
A cultura de segurança da informação é um conceito complexo que vai além da implementação de tecnologias e protocolos de segurança, ela envolve as atitudes, crenças e comportamentos dos indivíduos em relação à proteção de dados e informações corporativas. Uma cultura forte de segurança da informação é formada por uma consciência coletiva sobre a importância da segurança e um comprometimento com as práticas que proporcionem a integridade e a confidencialidade das informações.
Em estudos recentes, vários pesquisadores destacam a relevância de uma cultura de segurança da informação bem estabelecida, apontando que ações práticas como treinamentos e programas de conscientização são fundamentais para fortalecer essa cultura, além da elaboração e divulgação de políticas de segurança claras e compreensíveis, que são fundamentais para que os colaboradores compreendam e sigam as normas estabelecidas.
Desafios Culturais e o “Jeitinho Brasileiro”
No Brasil, a cultura de segurança da informação enfrenta desafios específicos que são moldados por aspectos culturais nacionais. O fenômeno conhecido como “jeitinho brasileiro”, que se refere a uma tendência de buscar soluções alternativas para contornar regras e procedimentos, pode representar um risco significativo para a segurança da informação. A influência negativa do “jeitinho” no cumprimento das Políticas de Segurança da Informação (PSIs), indica que as metas e objetivos de segurança da informação precisam estar alinhados à cultura organizacional formal e à cultura nacional.
Além disso, os principais frameworks da área de segurança da informação apontam quanto a necessidade de treinamentos e capacitações, pois existem inconformidades entre conhecer, compreender e aplicar os procedimentos descritos nas documentações da área. Esses resultados sugerem que a compreensão dos indivíduos sobre os aspectos relacionados à segurança da informação é essencial para o cumprimento efetivo desses documentos internos.
Cultivando uma Cultura de Segurança Eficaz
A cultura de segurança da informação é um dos principais pontos para a resiliência organizacional, e seu impacto vai além da prevenção de incidentes de segurança. Uma cultura forte pode influenciar positivamente a reputação da empresa, a confiança dos stakeholders e a conformidade regulatória. Para cultivar uma cultura eficaz, as organizações devem adotar uma abordagem holística que envolva todos os níveis da hierarquia corporativa, desde os colaboradores de base até a liderança executiva.
As organizações brasileiras, em particular, devem estar atentas às especificidades culturais que podem influenciar a segurança da informação. A conscientização sobre o “jeitinho brasileiro” e a implementação de estratégias para mitigar seus efeitos são passos essenciais para reforçar a cultura de segurança. É imprescindível que as políticas de segurança sejam comunicadas de maneira clara e acessível, possibilitando que todos os funcionários não apenas compreendam as regras, mas também sejam motivados a segui-las.
Finalmente, a cultura de segurança da informação nas organizações é um fator estratégico que requer atenção contínua e esforços coordenados para possibilitar que as práticas de segurança sejam efetivamente internalizadas e aplicadas. Ao abordar os desafios culturais e promover uma cultura de segurança da informação sólida, as organizações brasileiras podem fortalecer sua posição no cenário global, protegendo seus ativos mais valiosos: os dados.